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Maduro fez um plebiscito sobre ades�o de territ�rio
O presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) ofereceu o Brasil para sediar reuni�es para mediar o conflito entre a Venezuela e a Guiana pela regi�o conhecida como Essequibo, na fronteira entre os dois pa�ses.
A oferta foi feita durante a abertura da 63� C�pula do Mercosul, no Rio de Janeiro na quinta-feira (7/12).
Lula disse que o bloco econ�mico "n�o pode ficar alheio" ao crescimento das tens�es na regi�o.
"Eu gostaria de dizer que n�s vamos tratar (o assunto) com muito carinho porque se tem uma coisa que n�s n�o queremos aqui na Am�rica do Sul � guerra. N�o precisamos de guerra, n�o precisamos de conflito", disse Lula.
"O que precisamos � construir a paz porque somente com muita paz a gente pode desenvolver nosso pa�s", disse Lula.
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Lula tamb�m sugeriu que a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) possa intermediar o conflito.
A crise ganhou novos contornos na quinta-feira, com o an�ncio de uma opera��o militar na Guiana.
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Em meio a essa escalada de tens�es, Lula se reuniu com o ministro das Rela��es Exteriores, Mauro Vieira, e com o assessor para assuntos internacionais da Presid�ncia da Rep�blica, o embaixador Celso Amorim.
Lula sugeriu que a crise por Essequibo seja inclu�da no comunicado da c�pula a ser divulgada ao fim do encontro.
O Mercosul � formado por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Venezuela, mas o pa�s comandado por Maduro est� suspenso do grupo desde 2023 por supostas viola��es ao regime democr�tico no pa�s. A Bol�via est� em processo de ades�o ecblol betwayinclus�o, j� aprovada pelos parlamentos de Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, pode ocorrer nos pr�ximos dias.
A outra alternativa avaliada pelo governo brasileiro para tentar diminuir as tens�es � o acionamento de um foro regional que re�na Guiana e Venezuela para que os dois governos possam dialogar sobre o assunto.
Uma possibilidade seria o acionamento da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), do qual tanto Venezuela e Guiana fazem parte.
Ainda de acordo com essa fonte, o governo brasileiro avalia que os movimentos de Maduro em rela��o a Essequibo t�m motiva��es eleitorais, uma vez que o pa�s dever� realizar elei��es presidenciais em 2024.
Cr�dito, Reuters
Lula sugeriu que a crise por Essequibo seja inclu�da no comunicado do Mercosul
Em entrevista ao Canal Meio, Celso Amorim manifestou preocupa��o com a perspectiva de um conflito armado na Am�rica do Sul e com as consequ�ncias dos movimentos feitos at� agora.
"Voc� ter alguma perspectiva, ainda que remota, de conflito b�lico, entre dois pa�ses vizinhos entre si, vizinhos do Brasil, � algo extremamente perturbador", disse Amorim.
"Essa � uma quest�o antiga [...] Agora (no momento) em que voc� mistura uma quest�o jur�dica, hist�rica, diplom�tica com uma quest�o popular, eleitoral, isso tem sempre consequ�ncias perigosas."
O embaixador disse n�o acreditar em uma interven��o militar da Venezuela na regi�o, especialmente se ela envolver algum tipo de passagem pelo territ�rio brasileiro.
Amorim disse ainda temer que a escalada de tens�es entre os dois pa�ses possam criar um pretexto para a instala��o de bases militares estrangeiras na Amaz�nia.
"O que eu temo mais, para falar a verdade, � que se crie um precedente para termos bases estrangeiras e tropas estrangeiras na regi�o", disse Amorim.
"N�o estamos falando de qualquer regi�o. Estamos falando da Amaz�nia, que sempre foi objeto de preocupa��o de nossa parte."
Nos �ltimos dias, Maduro chegou a criticar uma eventual ajuda militar americana � Guiana.
Porcblol betwayvez, o Minist�rio da Defesa do Brasil anunciou o envio de tropas para a fronteira com a Venezuela, em Roraima. Ao todo, foram acionados cerca de 200 militares e ve�culos blindados para regi�o.
Os venezuelanos apoiaram a reivindica��o territorial sobre Essequibo em um referendo no domingo
A crise entre Guiana e Venezuela se agravou nos �ltimos dias, especialmente depois que o governo venezuelano realizou, no domingo (3/12), uma consulta popular sobre a possibilidade de criar um novo Estado na regi�o de Essequibo, uma �rea disputada pelos dois pa�ses atualmente administrada pela Guiana e que corresponde a 70% do territ�rio do pa�s.
A regi�o de Essequibo tem aproximadamente 160 mil quil�metros quadrados, pouco maior que o Estado do Cear�.
A �rea � reivindicada pela Venezuela h� mais de um s�culo, mas foi incorporada ao territ�rio da Guiana no s�culo 19.
A press�o venezuelana para retomar a �rea recome�ou em 2023, depois que reservas bilion�rias de petr�leo foram descobertas na costa da regi�o.
De acordo com autoridades da Venezuela, o referendo terminou com o "sim" obtendo 95% dos votos.
Depois disso, o presidente Nicol�s Maduro nomeou um governador para o futuro Estado e anunciou que determinou a emiss�o de licen�as de explora��o de petr�leo na regi�o.
Em resposta, o governo da Guiana acionou o Conselho de Seguran�a da Organiza��o das Na��es Unidas (CSNU) e conversou com membros do governo dos Estados Unidos sobre a crise.
Na quarta-feira (6/12), o presidente do pa�s, Mohamed Irfaan Ali conversou, por telefone, com o secret�rio de Estado americano, Antony Blinken.
Em comunicado emitido pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, Blinken disse que o pa�s pediu que os dois lados respeitem as fronteiras em vigor at� que um novo acordo seja firmado ou que um "�rg�o legal competente" tome uma decis�o.
Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram que enviaram avi�es militares para exerc�cios sobre a regi�o de Essequibo e a Guiana, com aux�lio da For�a A�rea do pa�s. Os dois pa�ses t�m parceria militar desde 2023.
Os exerc�cios fazem parte de opera��es "de rotina" para garantir a seguran�a da regi�o e devem acontecer na sexta (7/12), disse a embaixada americana na Guiana em um comunicado.
Os militares americanos e a For�a A�rea da Guiana v�o continuarcblol betwaycolabora��o em �reas como "prepara��o para desastres, seguran�a mar�tima e a�rea e o combate � organiza��es criminosas internacionais".
A crise entre Guiana e Venezuela se agravou nos �ltimos dias
Essequibo � uma regi�o � rica em minerais como ouro, cobre, diamante e, recentemente, l� tamb�m foram descobertos enormes dep�sitos de petr�leo e outros hidrocarbonetos.
A vota��o na Venezuela realizada no domingo remonta uma disputa iniciada ainda durante o processo de independ�ncia das ex-col�nias espanholas.
Em 1811, a Venezuela tornou-se independente, e a regi�o de Essequibo passou a fazer parte do pa�s.
Tr�s anos depois, por�m, o Reino Unido comprou a ent�o Guiana Inglesa por meio de um tratado com a Holanda.
O tratado de compra, no entanto, n�o definiu com precis�o qual seria a linha de fronteira do pa�s com a Venezuela.
Em 1840, o Reino Unido nomeou o explorador Robert Shomburgk para definir essa fronteira, e uma linha, chamada Linha Schomburgk, foi estabelecida.
Com ela, a ent�o Guiana Inglesa passou a ter 80 mil quil�metros quadrados adicionais em rela��o ao territ�rio inicialmente adquirido da Holanda.
Em 1841, come�ou oficialmente a disputa pelo territ�rio com den�ncias sobre uma incurs�o indevida do Reino Unido no territ�rio.
Nas d�cadas seguintes, a controv�rsia em torno de Essequibo passou a fazer parte da disputa por influ�ncia na Am�rica do Sul entre os Estados Unidos, uma pot�ncia em ascens�o na �poca, e o ent�o poderoso Imp�rio Brit�nico.
Os americanos expandiram seus interesses pela regi�o e usavam como argumento a chamada Doutrina Monroe, cujo slogan era "Am�rica para americanos".
A postura representava, na pr�tica, uma tentativa de limitar a influ�ncia das pot�ncias europeias sobre o continente.
Em 1886, uma nova vers�o da Linha Schomburgk foi tra�ada, incorporando uma nova por��o de territ�rio � Guiana Inglesa.
Nove anos depois, em 1895, os Estados Unidos, ent�o aliados da Venezuela, denunciaram a defini��o da fronteira e recomendaram que o caso fosse definido por meio de uma arbitragem internacional.
Tr�s anos mais tarde, em 1899, foi emitida a Senten�a Arbitral de Paris, que decidiu de forma favor�vel ao Reino Unido.
Em 1949, por�m, veio a p�blico um memorando de um advogado americano que atuou na defesa da Venezuela no processo de arbitragem em Paris. O documento denunciava uma suposta imparcialidade dos ju�zes do caso.
A divulga��o desse memorando e de outros documentos do processo passaram a ser usados pela Venezuela para pedir que a Senten�a de Paris fosse considerada "nula e sem efeito".
Em 1966, por�m, o pa�s e o Reino Unido firmaram o Acordo de Genebra, que reconheceu a reivindica��o venezuelana e assumiu o compromisso de buscar solu��es para resolver a disputa.
A Guiana solicitou que a Corte Internacional de Justi�a, sediada em Haia, na Holanda, arbitre a disputa, mas o governo venezuelano vem, reiteradamente, negando a legitimidade da institui��o para decidir o futuro de Essequibo.
Na sexta-feira (30/11), a Corte Internacional de Justi�a expediu uma decis�o sobre um pedido feito pela Guiana que solicitava que a corte impedisse a realiza��o do referendo.
A corte n�o se manifestou sobre a suposta ilegalidade da consulta popular, mas disse, em senten�a, que a Venezuela n�o poderia tomar nenhuma medida que "modificaria a situa��o que atualmente prevalece no territ�rio em disputa".
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