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24/12/2023 09h58 Atualizado 24/12/2023

Claudia Alencar em cena da novela 'Cara & Coroa', de 1995 �

: Nelson Di Rago/TV Globo

Internada em estado grave h� uma semana, a atriz Claudia Alencar, de 73 anos, trata a bact�ria Staphylococcus aureus. Na manh� deste domingo (24), a artista passa por uma cirurgia na regi�o lombar da coluna vertebral. O objetivo � retirar a secre��o que causou uma infec��o bacteriana e descobrir a extens�o do problema.

O contato com a bact�ria Staphylococcus aureus � mais comum do que muitas pessoas imaginam. Embora em casos extremos possa levar a uma infec��o generalizada, ou �sepse�. O micro-organismo � um dos mais presentes na pele humana e na maioria das vezes causa problemas simples, trat�veis com antibi�ticos.

Abaixo, entenda o que s�o os estafilococos, que tipo de doen�a podem causar, os sintomas e tratamentos.

Os m�dicos investigam se ela est� com uma nova bact�ria, al�m da que j� foi identificada. Eles v�o ainda analisar o material coletado.

Neste s�bado (23), a atriz precisou fazer uma transfus�o de sangue para tratar de uma anemia que foi descoberta. A artista est� hospitalizada na Cl�nica S�o Vicente, na G�vea, na Zona Sul do Rio de Janeiro. De acordo com a assessoria da artista, o quadro � grave, por�m est�vel.

Neste s�bado, ao cassinos brasileiros online, Yann Hatchuel, filho da atriz, afirmou que o quadro cl�nico de Claudia "� grave", a situa��o "est� dif�cil". No entanto, quecassinos brasileiros onlinem�e "� muito guerreira".

Longe da TV desde 2023, quando fez uma participa��o na novela "Rock Story", da TV Globo, a atriz ganhou destaque em tramas como "Tieta" (1989) e "Fera Ferida" (1993). Em ambas, seus papeis come�aram menores e foram ganhando destaque ao longo da trama.

Claudia Alencar durante grava��es da novela 'Esplendor', de 2000 �

: Jorge Baumann/TV Globo

Al�m destas novelas, Claudia participou de outros sucessos da TV Globo, como "Roda de Fogo" (1986) e "Porto dos Milagres" (1991), e s�ries como "Hilda Furac�o" (1998) e "Quinto dos Infernos" (2002).

Claudia foi escalada recentemente para um papel em "Beleza Fatal", novela da HBO Max, com estreia prevista para 2024.

O que s�o os estafilococos?

Os estafilococos s�o um tipo de bact�ria. A esp�cie mais frequente � justamente o Staphylococcus aureus, mas existem dezenas de outras. Os estafilococos est�o presentes na superf�cie de pele de cerca de 20% das pessoas, e no nariz de 30% dos adultos, o que � considerado normal.

De acordo com o Juv�ncio Furtado, m�dico infectologista e professor na Faculdade de Medicina do ABC, existem os estafilococos chamados �domiciliares� ou �comunit�rios�, normalmente sens�veis a antibi�ticos e que causam infec��es menos graves. Mas h� tamb�m os �hospitalares�, que s�o bem mais resistentes.

�O que est� na nossa pele geralmente n�o causa doen�as, exceto em pessoas que tenham a imunidade muito comprometida�, explica. J� pessoas que passam mais de 72 horas em ambientes hospitalares podem ser colonizadas por estafilococos mais resistentes.

Alguns resistem, inclusive, ao antibi�tico meticilina e s�o conhecidos pela sigla SARM. �A mesma bact�ria, em ambientes diferentes, pode adquirir caracter�sticas de resist�ncia maior�, diz Furtado.

Essas bact�rias podem ser perigosas quando caem na corrente sangu�nea, por�m s�o raros os casos em que os estafilococos comuns causem infec��es graves. De acordo com Ana Escobar, m�dica pediatra, isso pode ocorrer principalmente por meio de les�es na pele.

�Quando a pele est� �ntegra, a bact�ria n�o faz nada. Mas se houver um corte, ela pode penetrar�, explica Ana. Al�m de infec��es na pr�pria pele, os estafilococos podem atacar tamb�m outros �rg�os distantes.

�Depende um pouco do sistema imunol�gico de cada pessoa. O nosso sistema geralmente � muito eficaz�, diz a m�dica. Em alguns casos, menos comuns, o micro-organismo tamb�m pode ser ingerido pela boca, em alimentos contaminados, e se espalhar pelo corpo no trato gastrointestinal.

Tamb�m nos chamados �traumas fechados�, possivelmente provocados por quedas, pancadas ou outros acidentes comuns entre crian�as, a bact�ria pode se alastrar internamente, sem dar sinais vis�veis.

Quais s�o os sintomas de infec��o?

Os estafilococos t�m um grande �poder de invas�o�, diz Ana, e por isso a infec��o pode se desenvolver rapidamente. Para impedir uma contamina��o mais agressiva, � preciso estar atento aos sintomas de infec��o.

S�o sinais de que um processo infeccioso pode ter come�ado:

febre,mal-estar,dores no corpo,cansa�o excessivo ev�mitos.

Quando houver esses sintomas, um m�dico deve ser procurado. O diagn�stico ainda nas primeiras 24 horas � decisivo, inclusive para uma eventual confirma��o da presen�a do Staphylococcus aureus. Isso porque ela age r�pido no corpo. �Normalmente, demora um dia ou dois para a coisa evoluir�, explica a m�dica.

As infec��es estafiloc�cicas est�o entre as que evoluem mais rapidamente � assim como aquelas provocadas por outro tipo de bact�ria, os meningococos, o que levou os m�dicos do menino Arthur a diagnosticarem uma meningite.

Segundo Furtado, o uso exagerado e, �s vezes, desnecess�rio de antibi�ticos leva � sele��o de bact�rias mais resistentes. Ainda s�o raros os casos de contamina��o grave com os estafilococos �comunit�rios�, presentes normalmente na pele, mas isso pode acontecer.

�J� tive um paciente que se cortou fazendo a barba. S�o poucos casos, mas o uso inadequado de antibi�ticos pelas pessoas acaba promovendo essas bact�rias mais resistentes do que as habituais.�

Para que isso aconte�a, continua, � necess�ria a soma de dois elementos raros: uma baixa imunidade do paciente e a entrada na corrente sangu�nea de um grande n�mero de bact�rias mais resistentes.

Como evitar?

Segundo Ana Escobar, a melhor forma de evitar infec��es bacterianas por estafilococos � lavar com �gua e sab�o as m�os e o local lesionado por um corte, pequeno acidente, espinhas, etc. �Se saiu sangue, � preciso lavar com �gua e sab�o, sempre o melhor desinfetante, e ficar de olho se come�ar a aparecer algum sinal de infec��o�, ensina.

Se o machucado demorar para cicatrizar ou se houver sinais de inflama��o, como vermelhid�o, pus ou dor excessiva, � melhor procurar um m�dico rapidamente. O mesmo vale para casos de �trauma fechado�. � preciso ir ao m�dico quando houver febre e mal-estar ap�s o incidente.

Para prevenir a contamina��o de alimentos por bact�rias tamb�m � preciso lav�-los bem � assim como as m�os e os utens�lios �, evitar que fiquem muito tempo em temperatura ambiente e cozinh�-los cuidadosamente.

O que � a sepse?

Se n�o for logo identificada e tratada, a infec��o pode atingir v�rios �rg�os ao mesmo tempo. �Quando come�a a ter uma progress�o, a coisa n�o melhora, pode ser uma bact�ria mais resistente�, diz Furtado, acrescentando que esse quadro cl�nico � chamado de �sepse� ou �septicemia�.

As bact�rias podem provocar os mais diversos tipos de infec��o: nos pulm�es (pneumonia), nos ossos (osteomielite), no cora��o (endocardite), nas membranas que envolvem o c�rebro (meningite), entre outras.

Sepse � uma inflama��o generalizada que atinge todo o organismo

Quando a infec��o atinge v�rios �rg�os de forma descontrolada, ocorre um �choque s�ptico�, um quadro ainda mais grave que o da sepse. Quando isso ocorre, a chance de mortalidade � de aproximadamente 80%.

O choque, entretanto, � algo mais comum em pacientes j� hospitalizados. Isso pode ocorrer ap�s um agravamento da infec��o generalizada, atingindo todo o organismo de forma sist�mica.

A queda da press�o arterial � o que leva � fal�ncia m�ltipla dos �rg�os e, consequentemente, � morte. �O nosso corpo fica como se fosse um campo minado. No fim, ele n�o consegue proteger mais nada e essas minas come�am a estourar�, acrescenta Ana. �Isso afeta a capacidade de manter a press�o arterial, um fluxo sangu�neo adequado, oxigena��o do sangue, etc.�

Como tratar?

O tratamento contra os estafilococos, assim como para todas as outras bact�rias, se faz com antibi�ticos. No entanto, para cada bact�ria utiliza-se um antibi�tico espec�fico. Somente o m�dico pode avaliar qual receitar. �Dependendo do quadro cl�nico, dos exames, o m�dico pode supor qual bact�ria est� afetando o paciente�, destaca Ana.

�Se a infec��o for muito grave, n�o d� tempo de esperar os resultados dos exames. O m�dico pode administrar dois ou tr�s antibi�ticos ao mesmo tempo e, depois, deixar somente o mais adequado�, completa.

No caso da infec��o generalizada, os m�dicos avaliam o quadro da pessoa constantemente e realizam exames cl�nicos para identificar o tipo de bact�ria. Os hospitais j� t�m protocolos estabelecidos para os casos de sepse.

Furtado afirma que, �s vezes, � preciso hierarquizar os antibi�ticos, conforme a gravidade do caso. �A maioria das infec��es n�o evolui para a sepse, que � quando a infec��o j� chegou na corrente sangu�nea. O m�dico presume qual antibi�tico indicar conforme a evolu��o do quadro�, diz.

Al�m dos antibi�ticos, ele lembra que, nos casos de interna��o e infec��o hospitalar, tamb�m � essencial controlar o volume de sangue no corpo e a press�o arterial.

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